Nunca fui aquela pessoa com uma ligação muito forte ao mar. Gostava de o ver, de passar alguns dias por perto (até mais no Inverno), mas não sentia aquela necessidade, que muitas pessoas dizem sentir, de voltar a ele.
Mas a verdade é que hoje, no dia em que completamos 1 ano a viver nos Açores, já não posso dizer o mesmo. É impossível, ou vá, muito difícil, viver-se aqui e não sentir este apelo.
Quando, há uns meses atrás, comecei a redesenhar a nova imagem do beija-flor, percebi que queria fazer algum suporte (e por suporte entenda-se, algum produto de estacionário) que marcasse esta mudança.
Idealizada e aguardada há tantos anos - e a ganhar forma no ano em que completamos 10 anos de vida - tinha mesmo que ficar assinalada!
Já vos disse/admiti que muito do que crio aqui no beija-flor vem dar resposta a algumas necessidades que vou tendo no meu dia a dia e, a coleção que hoje vos apresento é uma dessas criações.
Há muito que me faltavam os postais simples e bonitos para mandar aquela pessoa que me é próxima, ora porque está longe, ora porque quero muito mimar. No aniversário, numa conquista pessoal ou profissional, no abraço que quero dar e não me é possível ou num agradecimento que quero muito fazer.
Acho que o nome, desta nova coleção de cadernos de capa mole - na dúvida, regista. - diz tudo sobre a própria.
É um convite claro ao registo e à não hesitação, para que nenhum pensamento, ideia, projecto, memória (e/ou tantos mais!) se percam.
Hoje mostro-vos um dos cadernos que desenhei para a 9 séculos. Um projecto que aconteceu no meio do caos das mudanças para os Açores, mas que era irrecusável, afinal a Sofia e o Pedro, que têm esta loja/galeria em Guimarães, são pessoas muito especiais. Assim, entre caixotes, muito caos e também muito carinho pela confiança que depositaram em mim, nasceram estes cadernos únicos.
Mas comecemos pelo início: no início de 2020 vieram eles ao meu atelier e com eles trouxeram uma série de amostras de papéis antigos que herdaram da papelaria que existia antes da loja que agora dinamizam.
Read MoreEstreio os posts de 2021, nesta casa que anda mais parada, com um resumo bem especial: o do meu processo criativo.
Devo confessar-vos que este exercício de descrever o que me move no beija-flor, é bem mais complexo do que imaginei. O meu processo criativo é um processo muito intuitivo, pessoal e nem sempre igual, o que dificulta a sua explicação, mas dei o meu melhor! :)
